Drop Dutchy une mecânicas diferentes em um game desafiador e divertido
"Drop Duchy" mistura "Tetris", deckbuilding e roguelike, com estratégia profunda e visual atraente, mas tem uma curva de aprendizado bem íngreme
Imagine um jogo que mistura Tetris, roguelike e deckbuilding tático — parece confuso, mas "Drop Duchy" transforma essa salada de gêneros diferentes em uma experiência surpreendentemente coesa e divertida. Desenvolvido pela Sleepy Mill Studio, o jogo convida o jogador a montar um império uma peça por vez, posicionando terrenos e construções como se estivesse jogando uma versão medieval de Tetris onde cada peça é uma carta de baralho diferente.
Com comandos bastante intuitivos, seja no mouse ou no controle é possível girar e posicionar as peças rapidamente, o que torna o aprendizado agradável. O tutorial é eficaz, e há dicas visuais que ajudam a entender as interações entre os blocos. No entanto, à medida que mais mecânicas são introduzidas, fica fácil se perder em meio às possibilidades. Uma boa dica para iniciantes é usar o recurso de “reservar peça” com frequência — ele permite guardar blocos cruciais para o momento certo do combate.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
"Drop Duchy" não tem uma narrativa clássica com personagens ou reviravoltas, mas sim um fio condutor implícito: cada campanha é uma jornada para sobreviver até o fim do Ato 3. O mapa ramificado, os chefes com regras próprias e a variedade de facções ajudam a dar um senso de progressão e identidade a cada run. Nesse aspecto, lembra títulos como "Slay the Spire" e "Dicey Dungeons".
Visualmente, "Drop Duchy" adota uma estética pastel encantadora, com gráficos limpos, bem desenhados e bem organizados também. O estilo lembra jogos como "Islanders" e "Dorf Romantik", com animações suaves e cores aconchegantes que ajudam a manter o foco mesmo nas partidas mais longas. Tudo é desenhado com clareza, o que é essencial num jogo onde o posicionamento milimétrico de cada peça pode fazer a diferença entre a vitória e um desastre militar. Os menus são simples e funcionam bem, sem poluir a tela.
O departamento de áudio do jogo é simples, porém eficiente. As músicas são suaves, sem chamar muita atenção, mas conseguem criar uma atmosfera quase meditativa. Os efeitos sonoros são discretos e pontuais, auxiliando a identificar ações como a coleta de recursos ou o início de combates. O resultado é um ambiente sonoro tranquilo que ajuda a reduzir a frustração causada por erros táticos.
O jogo se destaca pela rejogabilidade. A cada tentativa, novas cartas são liberadas, talentos são desbloqueados e a dificuldade aumenta progressivamente. É fácil perder horas tentando achar a combinação ideal de peças, mesmo que as partidas possam ser longas e exigentes. O fator aleatório, com peças que nem sempre combinam com a estratégia, pode frustrar, mas também desafia o jogador a se adaptar.
Por fim, o que mais chama atenção em "Drop Dutchy" é a maneira como suas diversas mecânicas, comuns em jogos diferentes, se unem de forma fluida e equilibrada. Cada aspecto foi pensado para proporcionar uma experiência única, sem causar confusão ou sobrecarga. A principal crítica sobre o game, sem dúvida, está na curva de aprendizado, que pode trazer muito cedo uma dificuldade bastante desafiadora para jogadores iniciantes, além da sensação de azar nas primeiras partidas. Mesmo assim, o jogo recompensa quem gosta de planejar estratégias e refletir a longo prazo, oferecendo um desafio profundo que mantém o jogador envolvido por bastante tempo.
Davi Rocha é integrante do canal de Youtube Bacontástico
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